... existe um sentir que é entre o sentir - nos interstícios da matéria primordial está a linha de mistério e fogo que é a respiração do mundo, e a respiração contínua do mundo é aquilo que ouvimos e chamamos de silêncio.

(Clarice Lispector)

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

"Os dias que eu me vejo só, são dias que eu me encontro mais..."

Saudade de escrever.. o que? não sei... qualquer coisa viva, quente, pulsante... ou qualquer verdade amarga sobre o escuro dos meus pensamentos que eu quero calar. Saudade de escrever e me embrenhar no poço do mais solitário sentimento, escrever para o vazio, imaginando se aquilo será lido, tocado, sentido, vivido, comentado, inspirado...

Saudade de escrever, porque escrever é estar sozinho e completo, com as muitas versões de mim mesma. E estar sozinho é se encontrar.

Saudade de escrever como faço agora... sem medo, sem pensar demais ou reconstruir frases infinitamente. Apenas dizer o que vier às mãos...

Só. Completamente só, para ser o que eu bem entender. Sem me preocupar com o que as pessoas querem que eu seja, e sem me preocupar com a confusão que isso provoca. Ser, apenas ser, viver, organismo pulsante ferida encrustrada na terra, querendo sair.

E amar. Todas essas que são. Todas essas que sou.