Não haverá uma só coisa que não dê idéia
de uma nuvem. O são as catedrais
de vasta pedra e bíblicos cristais
que o tempo renderá. O é a Odisséia,
que muda como o mar. Algo há distinto
cada vez que a abrimos. O reflexo
de teu rosto já é outro no espelho
e o dia é um duvidoso labirinto.
Somos os que se vão. A numerosa
nuvem que se desfaz no poente
é nossa imagem. Incessantemente
a rosa se converte em outra rosa.
És nuvem, és mar, és olvido.
És também aquilo que está perdido.
que inquietante é esse vigor mortis que o j.luis borges me faz lembrar. bela seleção, thatóca!
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