I
Na noite insone
Imperturbável
Some a fome
Some o sono
Só não some o desejo
Uma moto atravessa meus pensamentos
Já não lembro seu nome.
II
Sobre a madrugada
Paira uma luz inexata
Fazendo oscilar as imagens
Os quadros imaginários
Situações jamais vividas
E por isso mesmo tão reais
Afinal, o que existe fora da mente?
Para sabê-lo somente sendo
Apensante, inconsciente
E só de pensar em sê-lo
Já criei outra realidade
Qual é mesmo o seu nome?
III
Um desejo quente de sexo
Lascivo
Línguas que percorrem trilhas de cheiros
Mais uma imagem enevoada de realidade
Suja e perturbadoramente deliciosa
Te persegue
Chama
Mas por qual nome?
IV
Penetra a palavra pelo desejo
E o dedo pela tua
boca buceta bunda
Fode gostoso com a tua culpa
cristã católica pudica
Goza em teu nome
Mas que nome mesmo?
05/04/2016, madrugada sem hora.
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