... existe um sentir que é entre o sentir - nos interstícios da matéria primordial está a linha de mistério e fogo que é a respiração do mundo, e a respiração contínua do mundo é aquilo que ouvimos e chamamos de silêncio.

(Clarice Lispector)

sábado, 16 de maio de 2009

Poema ao desconhecido.

À noite ele me aparece e me invade,
me desvenda, me descobre.
Sua voz é como veludo
e suas palavras são fortes,
são intensas, são para mim.
Quando ele me deixa e eu durmo,
nos meus sonhos se misturam
o sol e a lua,
a noite e o dia,
o mistério e o desejo.
Sob o encanto de seu olhar
(que só pressinto, que não vejo)
me sinto como luar sobre o mar:
brilhante, bela, prateada.
Ele é meu sopro de prazer
e para ele estou sempre nua,
exposta, aberta, entregue.

Um comentário:

  1. Pra ser bem sincero, até eu tenho alguém que eu amo tanto assm, no entanto, nunca à vi, nunca toquei sua mão, nunca olhei nós olhos dela, só sei que eu a amo, e as vezes, escrevo, e até sonho com ela. Penso eu, que isso aconteça pelo fato da solidão, do apice sabe? que quando chega no limete, minha mente, fabricia um ser assim, como você...

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