... existe um sentir que é entre o sentir - nos interstícios da matéria primordial está a linha de mistério e fogo que é a respiração do mundo, e a respiração contínua do mundo é aquilo que ouvimos e chamamos de silêncio.

(Clarice Lispector)

domingo, 25 de novembro de 2012

Não tenho medo da minha vulnerabildade, nem vergonha de ser frágil. Essa humanidade toda escorrendo dos meus olhos, é o que movimenta minha existência. Não tenho vergonha dos dias em que eu estou cinza, ou azul. Meu estado natural é a a paixão pela incerteza. A trsiteza me comove, e sinto em todo o meu corpo a comoção pela dor do outro. Tudo o que é fugaz não cristaliza, não se define, não finaliza. Passa mas não acaba, vai embora deixando marcas de sua passagem, e mudando a direção do vento. Permite assim que eu seja outra todo dia, que eu possa ver beleza na transitoriedade. Permaneço, mas já não me reconheço. Me perco de mim, mas me encontro outra.

"A incerteza, a dúvida, a fragilidade, a vulnerabilidade, a fugacidade - são esses os terrenos privilegiados da arte."

Antonio Skármeta.



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