Estou descalça
E com a cabeça na lua.
Sinto aos meus pés o chão
E pra cima disso
Tudo é céu me envolvendo.
... existe um sentir que é entre o sentir - nos interstícios da matéria primordial está a linha de mistério e fogo que é a respiração do mundo, e a respiração contínua do mundo é aquilo que ouvimos e chamamos de silêncio.
(Clarice Lispector)
(Clarice Lispector)
quinta-feira, 27 de novembro de 2008
...
Desconfio de minha própria percepção.
Ela traiçoeiramente me ilude
para que eu encare minha mais latente verdade.
Ela traiçoeiramente me ilude
para que eu encare minha mais latente verdade.
POESIA POEIRIÇA
Casa velha inabitada,
meu peito está.
Se soprar o pó levanta,
irrita nariz e garganta,
cai de novo no mesmo lugar.
Não há luzes, não há água,
não há vozes, não há mágoa.
Nesse ar irrespirável
só vazio embolorado
e vontado de tanto chorar.
meu peito está.
Se soprar o pó levanta,
irrita nariz e garganta,
cai de novo no mesmo lugar.
Não há luzes, não há água,
não há vozes, não há mágoa.
Nesse ar irrespirável
só vazio embolorado
e vontado de tanto chorar.
quarta-feira, 19 de novembro de 2008
INSPIRAÇÃO PARA UM POEMA
em noite de lua cheia
não se dorme
o sabor de uma lembrança
me envolve
teu sorriso, leve esperança
em mim não morre.
nesta noite de lua cheia
tudo se move
o calor da sua presença
me comove
é inspiração para um poema
em duas estrofes.
não se dorme
o sabor de uma lembrança
me envolve
teu sorriso, leve esperança
em mim não morre.
nesta noite de lua cheia
tudo se move
o calor da sua presença
me comove
é inspiração para um poema
em duas estrofes.
sexta-feira, 17 de outubro de 2008
sexta-feira, 10 de outubro de 2008
Do amor
Só espero do amor que ele me agarre com sua fúria intensa e me carregue pra outro mundo, onde eu possa desbravar seu corpo e brincar com seus sentidos, misturar-me na poesia secreta dos seus olhos e seus cheiros e, quando nada mais parecer concreto, que eu me derrame em seus braços e o seu sorriso me complete.
sexta-feira, 26 de setembro de 2008
DA VIDA
A VIDA É INTENSA.
E NÃO PENSO EM PEDIR DELA
NADA ALÉM DISSO.
PORQUE É ISSO QUE TRAZ
TODA BELEZA,
TODO SABOR,
TODA POESIA.
A VIDA ARDE
COMO CHAMA COLORIDA,
PINTA MEU CÉU
DE SENSAÇÕES PULSANTES
E ESTRELAS ASCENDENTES.
A VIDA É EM MIM
E EU SOU NELA,
NOS DESEJAMOS
E NOS AMAMOS
MUTUAMENTE.
E NÃO PENSO EM PEDIR DELA
NADA ALÉM DISSO.
PORQUE É ISSO QUE TRAZ
TODA BELEZA,
TODO SABOR,
TODA POESIA.
A VIDA ARDE
COMO CHAMA COLORIDA,
PINTA MEU CÉU
DE SENSAÇÕES PULSANTES
E ESTRELAS ASCENDENTES.
A VIDA É EM MIM
E EU SOU NELA,
NOS DESEJAMOS
E NOS AMAMOS
MUTUAMENTE.
sábado, 13 de setembro de 2008
ENCONTRO
Ouço uma música e me emociono.
Não há união mais bela
que o encontro de uma alma
com o que lhe desperta.
Não há união mais bela
que o encontro de uma alma
com o que lhe desperta.
sexta-feira, 29 de agosto de 2008
Sobre meus poemas
Poemas esparsos são meu passatempo.
Assim como as flores vermelhas, eles embelezam minha vida com calor confortante, delícias inebriantes, carícias aveludadas, perfumes suaves, e sensações híbridas.
Assim como as flores vermelhas, eles embelezam minha vida com calor confortante, delícias inebriantes, carícias aveludadas, perfumes suaves, e sensações híbridas.
segunda-feira, 18 de agosto de 2008
Sangue e vida
Porque preciso de algo novo.
Porque preciso escrever uma história nova é que aqui me encontro, papel e caneta, sangue em tinta. Minha vida como uma folha em branco, vou traçando rascunhos daquilo que penso ser e que sonho ter. E sem preceber, nos rascunhos vou me desenhando e experimentando a delícia e o torpor de estar vivo. Meu sangue ferve a cada novo traço e já não posso mais voltar. Nunca passarei estes versos a limpo, pois a tinta é vermelha e viscosa demais. Porque preciso de algo novo, vou rabiscando um pouco mais, traço após traço, até que não haja mais sangue ou espaços brancos na folha, o que acabar primeiro. Porque preciso escrever uma história nova, quero palavras que possam inventar outras de mim, cada uma com mais vigor que a última, cada última tendo atingido o ápice dos sentidos e suas paixões borbulhantes. Porque quero criar, faço surgir devaneios, e deles poesias de uma vida acontecendo em vermelho, intensa a todo instante na sua beleza quente, imagem do impulso incansável de ser que me invade, me inunda, me transborda.
Porque preciso escrever uma história nova é que aqui me encontro, papel e caneta, sangue em tinta. Minha vida como uma folha em branco, vou traçando rascunhos daquilo que penso ser e que sonho ter. E sem preceber, nos rascunhos vou me desenhando e experimentando a delícia e o torpor de estar vivo. Meu sangue ferve a cada novo traço e já não posso mais voltar. Nunca passarei estes versos a limpo, pois a tinta é vermelha e viscosa demais. Porque preciso de algo novo, vou rabiscando um pouco mais, traço após traço, até que não haja mais sangue ou espaços brancos na folha, o que acabar primeiro. Porque preciso escrever uma história nova, quero palavras que possam inventar outras de mim, cada uma com mais vigor que a última, cada última tendo atingido o ápice dos sentidos e suas paixões borbulhantes. Porque quero criar, faço surgir devaneios, e deles poesias de uma vida acontecendo em vermelho, intensa a todo instante na sua beleza quente, imagem do impulso incansável de ser que me invade, me inunda, me transborda.
sexta-feira, 8 de agosto de 2008
?
Não consigo mais controlar minha raiva. Preciso parar de brigar com as pessoas e não consigo. Acho que estou muito infeliz comigo mesma.
quinta-feira, 31 de julho de 2008
Da Saudade
Ah, a saudade...
A saudade é como vinho, inebriante, calorosa, um pouco amarga no final do gole, mas extremamente deliciosa aos lábios, ao corpo e à mente.. sensação de confortável entorpecimento...
Principalmente a saudade é boa quando se prolonga, se estende por um tempo que parece que não vai ter fim... Mas, quando chega a promessa do encontro, ah! que maravilhoso é sentir saudade!! As lembranças se tornam mais doces, nos fazem sorrir sozinhos, olhando o horizonte e tendo à frente imagens de um filme que a vida fez, de nossos passos e nossos caminhos com pessoas tão especiais.
Tenho sentido muita saudade esses últimos tempos. No começo, a saudade era dolorosa demais, pois trazia a vontade de possuir de novo aquela coisa fugidia que o tempo carregou com as ondas do mar, mas que se perdeu no meio do oceano revolto, trazia a vontade de um tempo que já não voltaria mais, nunca mais. Mas depois, ela foi se tornando mais branda, e então surgiu um sentimento de ternura por todas as coisas e pessoas que tinham passado por mim e que foram parte do que sou agora. Hoje, a saudade é uma ponte para o que virá de novo. O tempo não volta, eu sei, mas as pessoas que ele me trouxe não foram embora, não se desfizeram em areia. Estão aí, por perto, todos nesse mesmo barco, todos embracando na mesma viagem rumo a uma ilha desconhecida pra qual a vida vai nos carregar. Ninguém sabe onde vai dar, nem quem será o primeiro a gritar: Terra à vista! Mas sabemos que, fazendo essa viagem juntos, não importa onde iremos parar, mas sim que surpresas o mar nos trará neste caminho. Ah, meus amigos! Como os amo! Estarão sempre comigo e a cada novo encontro a felicidade vai nos atingir em cheio...
A saudade é como vinho, inebriante, calorosa, um pouco amarga no final do gole, mas extremamente deliciosa aos lábios, ao corpo e à mente.. sensação de confortável entorpecimento...
Principalmente a saudade é boa quando se prolonga, se estende por um tempo que parece que não vai ter fim... Mas, quando chega a promessa do encontro, ah! que maravilhoso é sentir saudade!! As lembranças se tornam mais doces, nos fazem sorrir sozinhos, olhando o horizonte e tendo à frente imagens de um filme que a vida fez, de nossos passos e nossos caminhos com pessoas tão especiais.
Tenho sentido muita saudade esses últimos tempos. No começo, a saudade era dolorosa demais, pois trazia a vontade de possuir de novo aquela coisa fugidia que o tempo carregou com as ondas do mar, mas que se perdeu no meio do oceano revolto, trazia a vontade de um tempo que já não voltaria mais, nunca mais. Mas depois, ela foi se tornando mais branda, e então surgiu um sentimento de ternura por todas as coisas e pessoas que tinham passado por mim e que foram parte do que sou agora. Hoje, a saudade é uma ponte para o que virá de novo. O tempo não volta, eu sei, mas as pessoas que ele me trouxe não foram embora, não se desfizeram em areia. Estão aí, por perto, todos nesse mesmo barco, todos embracando na mesma viagem rumo a uma ilha desconhecida pra qual a vida vai nos carregar. Ninguém sabe onde vai dar, nem quem será o primeiro a gritar: Terra à vista! Mas sabemos que, fazendo essa viagem juntos, não importa onde iremos parar, mas sim que surpresas o mar nos trará neste caminho. Ah, meus amigos! Como os amo! Estarão sempre comigo e a cada novo encontro a felicidade vai nos atingir em cheio...
quinta-feira, 24 de julho de 2008
...
De repente a gente percebe que nossa vida enveredou por novas rotas, que não eram previstas, que não estavam no nosso roteiro. E de repente a gente percebe que esses caminhos não planejados é que foram essenciais para formar a pessoa que somos neste momento. Tudo que foi, é ou será sempre nos surpreendende. A vida é muito grande. E por isso só peço dela que ela me leve por atalhos que não conheço, por caminhos não explorados, para que eu possa extrair dela o que há de melhor: os encontros ao acaso.
Afinal, "perder-se, também é caminho..." (sábias palavras, Clarice.)
Afinal, "perder-se, também é caminho..." (sábias palavras, Clarice.)
sábado, 12 de julho de 2008
Flores no vento
Flores no vento,
saudade voando colorida.
Pétalas de amor
se espalham por todas as direções,
tocam de leve no rosto,
deixam perfumes de vontades,
sensações nostálgicas
de vida vivida
de marca impressa.
Flores no vento
são beijos que te mando.
Pelos dias compridos,
pelo sabor de aventura,
pelas cores com que me pintaste.
Sou mais leve e mais intensa,
vôo com o vento e sou livre,
Pétala perfumada
tocande de leve seu rosto
pra ser relembrada.
saudade voando colorida.
Pétalas de amor
se espalham por todas as direções,
tocam de leve no rosto,
deixam perfumes de vontades,
sensações nostálgicas
de vida vivida
de marca impressa.
Flores no vento
são beijos que te mando.
Pelos dias compridos,
pelo sabor de aventura,
pelas cores com que me pintaste.
Sou mais leve e mais intensa,
vôo com o vento e sou livre,
Pétala perfumada
tocande de leve seu rosto
pra ser relembrada.
sexta-feira, 4 de julho de 2008
Madrugada
Lá fora não há vento. Só frio. Como se o tempo estivesse parado, congelando a madrugada, congelando o instante. As grades da janela separam o mundo lá fora daquilo que no quarto está preso, grudado nas paredes, pairando no ar denso e envolvente, esfumaçado de medos solidão anbandono desespero angústia insatisfação melancolia sufoco apatia. As grades da janela distanciando a presença. Mas dentro de mim sua presença é constante, invade umidifica apavora fascina suga entorpece. Imagino mil encontros, mil palavras, mil carinhos, mil lugares. Você está em todos eles e em nenhum deles. A chama da vela vai amarelecendo minhas sensações, numa luminosidade mais confortável do que a luz branca da lâmpada ofuscando meus pensamentos. Você está aqui, mas não está. Você me invade e me domina, mas não sabe. Aqui neste quarto gelado, entre lençóis e cobertores, travesseiros e desejos úmidos, sua lembrança me envolve inteira em chamas, labaredas, salamandras e dragões. Sinto todos os seus cheiros, todo seu corpo e o calor do seu hálito. Lá fora nada se move. Olhando pela janela de grades neste tempo suspenso, lembro de sua beleza e da sua voz. Lembro de tudo. Aguardo ansiosamente o dia em que você virá, estendendo a mão num convite irresistível. E só então o dia vai se mover novamente.
Morte Branca
O dia frio convidava-lhe a ir embora, enfiar-se novamente em cobertores, vinhos, imagens sem importância na televisão, o gosto pungente da vida secando a boca. Mas recusava deliberadamente esse convite ao tédio - que vai aos poucos consumindo a carne, acidamente corroendo as vísceras. Preferia permanecer ali, prostrada no jardim público, a contemplar a vida que acontecia em volta. Sentia-se solitária. É bem verdade que mesmo entre as pessoas que povoavam seu cotidiano sentia-se do mesmo jeito, a navegar sozinha por um mar de vicissitudes. Ali não era diferente, a não ser talvez pelo anonimato, que lhe conferia, até certo ponto, uma suposta liberdade. "Até certo ponto" e "suposta" porque a cidade exigia-lhe seus pudores, sua conformidade. E ela, naquela suave entrega, entardecia fria com o dia, calmamente à espera de que viessem resgatá-la dessa infinitude de pensamentos desconexos. Concetava-se sim com algo suspenso, quase sagrado, que permeava-lhe a respiração. E no seu silêncio de pássaro esbanjava mistério e uma secreta vontade de girar, dançar, cantar, gritar, até exaurir-se, até esgotar-se. Mas alguma coisa a fazia permanecer ali, quieta, linda paisagem imutável. Nos desejos ocultos que a consumiam, a tentação de embrenhar-se no meio de um mistério qualquer do universo. E assim, nessa contemplação muda, mergulhou no céu da noite que ia surgindo. Sumiu de seu copro sem dor, sem desepero, antes com alívio, com renúncia. Morreu imóvel, sentada naquele jardim suspenso, pálida, o olhar nas estrelas e a alma a rodar...
quinta-feira, 26 de junho de 2008
Veneno
A cada dia que passa
O ócio me convida
A morrer um pouco mais.
Meu riso, minha espontaneidade
Já se foram
Consumidos pelo tempo que não passa.
As vozes se desfazem na minha lembrança
E as imagens se confundem
E me escapam.
É inverno dentro.
Nem os cheiros são mais os mesmos
Nem os dias são mais trevosos.
O tempo me congelou.
Nem a raiva, nem a angústia
nem o riso, nem a euforia
Tudo se desvaneceu
Tudo evaporou
Tudo feneceu
A cada dia que passa
O ócio, com seu fel
Me envenena um pouco mais.
O ócio me convida
A morrer um pouco mais.
Meu riso, minha espontaneidade
Já se foram
Consumidos pelo tempo que não passa.
As vozes se desfazem na minha lembrança
E as imagens se confundem
E me escapam.
É inverno dentro.
Nem os cheiros são mais os mesmos
Nem os dias são mais trevosos.
O tempo me congelou.
Nem a raiva, nem a angústia
nem o riso, nem a euforia
Tudo se desvaneceu
Tudo evaporou
Tudo feneceu
A cada dia que passa
O ócio, com seu fel
Me envenena um pouco mais.
Delir
Aqui neste quarto
as coisas ficam onde caem
a folha trazida do vento
seus olhos que aos meus invadem.
Aqui neste quarto
nem sempre se tem sossego
lá fora só o barulho
e dentro o que não esqueço
Aqui neste quarto
às vezes a noite é longa
o pensamento se expande
e você me convida
a sair da solidão.
Depois, lá fora
meu beijo feérico se dissolve
e ter você nunca me aconteceu
Aqui neste quarto delir...
devir lírico
desfazer apagar
dissolver diluir.
as coisas ficam onde caem
a folha trazida do vento
seus olhos que aos meus invadem.
Aqui neste quarto
nem sempre se tem sossego
lá fora só o barulho
e dentro o que não esqueço
Aqui neste quarto
às vezes a noite é longa
o pensamento se expande
e você me convida
a sair da solidão.
Depois, lá fora
meu beijo feérico se dissolve
e ter você nunca me aconteceu
Aqui neste quarto delir...
devir lírico
desfazer apagar
dissolver diluir.
Hai-Kai's e Poeminhas
SENTIMENTO AZUL
O VENTO ME INCLINA
A LUA CHEIA
MELANCOLIA
---------
ASSOBIO NO VENTO
VOCÊ VINDO
A PASSO LENTO
---------
LUZ BRANCA
NA PENUMBRA DA SALA
TUA PELE ALVA
---------
COMO AS CORES
MEU PENSAMENTO EXPLODE
EM DIVERSAS TONALIDADES
---------
PENSAR EM VOCÊ
É VERMELHO
---------
MEIO DIA
LEVANTO
MEIA NOITE
ACORDO
-----------
INSÔNIA
NO INVERNO
INVENTO
O INVERSO
------------
POR ENTRE A BRUMA
O INVERNO ME ATRAVESSA
E SAI DE MIM
MAIS AZUL DO QUE ENTROU
-----------
O MUNDO A ENGOLIA
O VENTO ME INCLINA
A LUA CHEIA
MELANCOLIA
---------
ASSOBIO NO VENTO
VOCÊ VINDO
A PASSO LENTO
---------
LUZ BRANCA
NA PENUMBRA DA SALA
TUA PELE ALVA
---------
COMO AS CORES
MEU PENSAMENTO EXPLODE
EM DIVERSAS TONALIDADES
---------
PENSAR EM VOCÊ
É VERMELHO
---------
MEIO DIA
LEVANTO
MEIA NOITE
ACORDO
-----------
INSÔNIA
NO INVERNO
INVENTO
O INVERSO
------------
POR ENTRE A BRUMA
O INVERNO ME ATRAVESSA
E SAI DE MIM
MAIS AZUL DO QUE ENTROU
-----------
O MUNDO A ENGOLIA
A crônica
O velho problema de se contar uma história...
a coerência
a cronologia
a confluência dos sentidos
a inspiração
a memória
distorção
caso, acaso, descaso
o desgosto, o amargo
o gosto velho na boca
cansaço, desespero
a entrega incerta
aos pensamentos intrigantes
aos fatos recorrentes
decorrentes
de esquemas mais ou menos
conscientes
sensação, percepção, experimentação
é, são só palavras afinal
pra tentar figurar
transcrever
o que não se pode falar
por não saber explicar
o que não se pode entender
a chave é criar
imaginar
habitar
outro lugar que não aqui
em um momento que não este
fingir? fugir?
pode ser, o que quiser
é tudo real
e tudo mentira
nada disso existe
a não ser escondido
num lugar escuro
obscuro
do pensamento
mas não importa
é só pôr movimento
juntando os pedaços
cacos
laços
conectando tudo isso
com essas palavras inexatas
que querem dizer tudo
sem eu ter dito nada.
a coerência
a cronologia
a confluência dos sentidos
a inspiração
a memória
distorção
caso, acaso, descaso
o desgosto, o amargo
o gosto velho na boca
cansaço, desespero
a entrega incerta
aos pensamentos intrigantes
aos fatos recorrentes
decorrentes
de esquemas mais ou menos
conscientes
sensação, percepção, experimentação
é, são só palavras afinal
pra tentar figurar
transcrever
o que não se pode falar
por não saber explicar
o que não se pode entender
a chave é criar
imaginar
habitar
outro lugar que não aqui
em um momento que não este
fingir? fugir?
pode ser, o que quiser
é tudo real
e tudo mentira
nada disso existe
a não ser escondido
num lugar escuro
obscuro
do pensamento
mas não importa
é só pôr movimento
juntando os pedaços
cacos
laços
conectando tudo isso
com essas palavras inexatas
que querem dizer tudo
sem eu ter dito nada.
Ocaso
Da varanda da casa
Suspenso da vida
E da cidade
O pôr-do-sol me encerra.
Com os olhos coloridos
Pelas nuvens brancas,
Azuis, laranjas, lilases -
tingidas de tarde
- Observo o movimento.
Vejo o dia se afunilar na avenida
Na direção do sol, oeste
Poente de minhas angústias,
De meus apelos, de minhas dores.
O dia saindo de cena
Pinta o céu
E pelas sombras, na rua
Caminham cansados os transeuntes.
A noite vai pingando as estrelas,
Cada gota é uma lágrima
E o céu da cidade me inunda,
Melancolia.
A lua subindo por detrás das casas,
O tempo repartido em momentos
Acontecendo no horizonte,
A vida entardecendo na cidade amontoada.
Da varanda da casa,
Suspenso da vida,
O tempo parou
Pra ver o sol morrer em mim.
----Escrito da varanda de uma casa muito especial conhecida como 'Rio Som', numa cidade louca do interior de São Paulo, no dia 23/02/06.
Suspenso da vida
E da cidade
O pôr-do-sol me encerra.
Com os olhos coloridos
Pelas nuvens brancas,
Azuis, laranjas, lilases -
tingidas de tarde
- Observo o movimento.
Vejo o dia se afunilar na avenida
Na direção do sol, oeste
Poente de minhas angústias,
De meus apelos, de minhas dores.
O dia saindo de cena
Pinta o céu
E pelas sombras, na rua
Caminham cansados os transeuntes.
A noite vai pingando as estrelas,
Cada gota é uma lágrima
E o céu da cidade me inunda,
Melancolia.
A lua subindo por detrás das casas,
O tempo repartido em momentos
Acontecendo no horizonte,
A vida entardecendo na cidade amontoada.
Da varanda da casa,
Suspenso da vida,
O tempo parou
Pra ver o sol morrer em mim.
----Escrito da varanda de uma casa muito especial conhecida como 'Rio Som', numa cidade louca do interior de São Paulo, no dia 23/02/06.
Stormy Blues
e nessa chuva incessante constante meu pensamento se expande até limites inimagináveis e a luz azul combina bem com esse blues que me faz lembrar você e eu e tudo que rodeava deixando tonto as noites mal dormidas e esse gosto estranho na boca que não me deixa pensar em outra coisa só nessa intensidade louca que você provoca em mim e que eu queria provocar em você também e que tudo isso fosse tão doce como aquele céu de baunilha da cidade terra do nunca e onde nunca aconteceu da gente se beijar assim tão lentamente num momento suspenso as mãos se entrelaçando os hálitos bem perto até as bocas se encostarem devagar e quente e úmido e nos lançar bem alto num salto de um abismo de onde jamais poderíamos retornar para aquela posição confortável de outrora um voô cheio de liberdade e de paixão e de vida uma coisa tão grande que não caberia em mim nem em você e teríamos então que nos tranformar pétalas de flor virando borboletas de vida tão curta que esse beijo nos mataria.
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